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Jayme Gonçalves de Almeida: A Arquitetura do Possível, do Bambu e das Fibras Naturais no Brasil

Introdução: Um Pioneiro da Arquitetura Sustentável e Inovadora

No panorama da arquitetura brasileira contemporânea, poucas figuras personificam de maneira tão completa a síntese entre rigor acadêmico, inovação tecnológica e compromisso social quanto o Professor Doutor Jayme Gonçalves de Almeida, da Universidade de Brasília (UnB). Sua carreira multifacetada como arquiteto, pesquisador, educador e extensionista representa um marco fundamental na consolidação da arquitetura sustentável no país. Longe de se limitar a um discurso teórico, a obra de Gonçalves se materializa em projetos tangíveis, produtos inovadores e, sobretudo, na formação de uma nova geração de profissionais e na articulação de redes de conhecimento que hoje impulsionam o uso de materiais de baixo impacto ambiental, com destaque para o bambu e as fibras naturais¹.

A trajetória do professor na UnB é indissociável de duas iniciativas centrais que ele liderou: o Projeto Canteiro Oficina de Arquitetura (Cantoar), que coordenou desde 1998, e o Centro de Pesquisa e Aplicação de Bambu e Fibras Naturais (CPAB/UnB), do qual se tornou Diretor em 2007¹. Essa dupla atuação revela uma abordagem pedagógica e científica singular, que une o aprendizado prático e experimental do "canteiro oficina" com a pesquisa institucionalizada e o desenvolvimento tecnológico de um centro formal. Essa evolução de um projeto de extensão para um centro de pesquisa reflete, em si, a própria maturação do campo da sustentabilidade na arquitetura brasileira, movendo-o da experimentação localizada para a institucionalização acadêmica e, finalmente, para a articulação de uma cadeia produtiva em escala nacional.

O trabalho de Jayme Gonçalves de Almeida ganha uma relevância ainda maior quando contextualizado na realidade brasileira. Em um país que detém uma das maiores biodiversidades do planeta, com abundância de recursos como o bambu, mas que ao mesmo tempo enfrenta um crônico e massivo déficit habitacional, suas pesquisas oferecem respostas concretas e viáveis. Ele conecta de forma pioneira os recursos locais, a tecnologia de baixo impacto e as necessidades sociais mais urgentes, demonstrando que é possível conceber uma arquitetura que seja, ao mesmo tempo, economicamente acessível, ambientalmente responsável e socialmente inclusiva¹.

Este relatório argumenta que a contribuição do professor transcende a mera aplicação de um material alternativo. Ele foi, e continua a ser, o arquiteto de um verdadeiro ecossistema de conhecimento. Esse ecossistema abrange uma pedagogia inovadora, pesquisa tecnológica de ponta, desenvolvimento de produtos patenteáveis, capacitação de comunidades tradicionais e rurais, e a articulação de políticas públicas. Ao analisar sua produção intelectual, seus projetos aplicados e seu legado como educador, revela-se uma obra coerente e visionária, que aponta para um futuro onde a arquitetura não é apenas um objeto de contemplação estética, mas uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento sustentável e a construção de uma sociedade mais justa.

Índice

1. Trajetória Acadêmica e Fundamentos do Pensamento Arquitetônico

A profundidade e a coerência da obra de Jayme Gonçalves de Almeida estão ancoradas em uma sólida formação acadêmica e em um pensamento filosófico sobre a arquitetura que ele desenvolveu e refinou ao longo de décadas. Sua jornada intelectual, que se inicia no epicentro do modernismo brasileiro e se aprofunda em um dos mais renomados centros de experimentação arquitetônica do mundo, fornece a base teórica que unifica suas diversas frentes de atuação.

1.1. Formação e Influências

A trajetória formativa do professor é marcada por instituições de grande prestígio. Ele concluiu sua graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU/UnB) em 1973, seguida por um mestrado em Planejamento Urbano na mesma instituição, finalizado em 1982⁴. Ter sua formação inicial em Brasília, a cidade-símbolo do modernismo brasileiro, é um dado biográfico fundamental. Ele vivenciou e estudou em um ambiente onde a arquitetura era pensada em sua máxima expressão de planejamento e escala monumental, um contexto que torna sua posterior dedicação a materiais vernaculares e à escala humana ainda mais significativa.

O ponto de inflexão em sua carreira acadêmica ocorre com seu doutorado em Arquitetura, defendido em 1994 na Architectural Association School of Architecture (AA), em Londres⁴. A AA é mundialmente reconhecida por sua abordagem vanguardista, crítica e experimental, que historicamente desafiou os cânones da arquitetura. Essa imersão em um ambiente de intenso debate teórico e de vanguarda projetual certamente moldou sua visão crítica e sua abordagem pedagógica, afastando-o de soluções dogmáticas e aproximando-o de uma investigação fenomenológica e hermenêutica do espaço construído.

1.2. A Filosofia do "Espaço-Uso"

A atuação de Jayme Gonçalves de Almeida na FAU/UnB é descrita como "holística e não especializada", com um foco central no "projeto e sua pedagogia" e em estudos sobre o espaço construído que dialogam profundamente com as humanidades, incluindo artes-estética, cultura, educação, hermenêutica filosófica, história e teoria². Essa abordagem transdisciplinar culmina no desenvolvimento de um conceito-chave que permeia toda a sua obra: o "espaço-uso".

Em seu seminal artigo "Arquitetura e Espaço-Uso: por uma abordagem descritiva e interpretativa dos espaços abertos", publicado na Revista de Estética e Semiótica em 2011⁶, o professor questiona a noção de "espaço" como um conceito abstrato, geométrico e a priori, uma herança do pensamento moderno que, segundo ele, ainda domina o ensino e a prática da arquitetura. Ele critica a visão do espaço como um mero "vazio" a ser preenchido ou um "continente" para as atividades humanas. Em contrapartida, ele propõe o conceito de "espaço-uso" como uma entidade indissociável da experiência vivida, das ações, dos eventos e dos significados que os seres humanos atribuem aos lugares. Citando filósofos da fenomenologia e da hermenêutica, e reavaliando autores clássicos como Vitruvius, Gonçalves argumenta que a arquitetura só adquire seu pleno sentido através da apropriação e do uso, tornando-se um palco para a vida cotidiana⁶.

Essa fundamentação teórica é a espinha dorsal que conecta suas atividades aparentemente díspares. A filosofia do "espaço-uso" explica por que ele se dedica com tanto afinco aos materiais acessíveis, às técnicas construtivas participativas e aos projetos comunitários. Se o valor da arquitetura reside em sua capacidade de ser vivida e apropriada, então o papel do arquiteto transcende o do mero projetista de formas. Ele deve se tornar um mediador, um facilitador que compreende as necessidades da comunidade, valoriza os recursos e saberes locais e cria soluções que possam ser efetivamente "usadas" e incorporadas ao cotidiano das pessoas. Seus projetos práticos, como habitações econômicas³, abrigos de emergência¹, espaços de lazer comunitários¹ e escolas para povos indígenas¹, são a materialização direta dessa filosofia.

Sua influência como orientador reflete essa visão humanista. Em agradecimentos de teses e dissertações, seus orientandos o descrevem não apenas como um mestre técnico, mas como um guia intelectual e humano, elogiando sua "confiança, dedicação, paciência, sabedoria e generosidade" e reconhecendo-o como um "intelectual formidável e um ser humano dos mais dignos"¹⁰. Isso demonstra que sua filosofia do "espaço-uso" se traduz também em uma pedagogia do cuidado e do diálogo, formando profissionais com uma visão mais crítica e engajada da arquitetura.

2. O Bambu como Protagonista: Da Experimentação à Industrialização (Cantoar e CPAB)

A trajetória do Professor Jayme Gonçalves de Almeida com o bambu é uma jornada marcada pela evolução, que vai da experimentação artesanal e pedagógica à pesquisa científica rigorosa e à inovação tecnológica com potencial de industrialização. Essa progressão é personificada por duas instituições-chave que ele fundou e liderou na Universidade de Brasília: o Projeto Cantoar e o CPAB.

2.1. O Cantoar (1998): Gênese de uma Prática Pedagógica e Experimental

A semente do que viria a ser um dos mais importantes centros de pesquisa sobre bambu no Brasil foi plantada em 1998, com a criação do Projeto Canteiro Oficina de Arquitetura (Cantoar)¹. Mais do que um simples projeto, o Cantoar foi concebido como um "espaço-instituição" dentro da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/UnB), funcionando como um laboratório vivo e um centro de pesquisa experimental¹³. Ligado ao Decanato de Extensão (DEX), o projeto envolvia ativamente estagiários de arquitetura, técnicos de marcenaria e arquitetos colaboradores, criando um ambiente dinâmico de troca de saberes¹.

Os objetivos do Cantoar eram duplos e complementares:

  • Desenvolvimento e aprimoramento de técnicas de construção com fibras naturais, notadamente o bambu.
  • Educação e conscientização da sociedade, e em especial dos futuros arquitetos, para o uso racional dos recursos ambientais e para o potencial de materiais não convencionais¹.

O Cantoar rapidamente se consolidou como uma atividade de extensão de grande valor pedagógico, sendo reconhecido como uma atividade complementar relevante na formação dos estudantes de arquitetura da UnB, o que evidencia seu sucesso em integrar ensino, pesquisa e extensão¹⁴.

O legado do Cantoar é imenso. Foi ali, no "aprender fazendo", que se desenvolveram os primeiros protótipos, as primeiras soluções construtivas e, fundamentalmente, a filosofia de trabalho que guiaria toda a pesquisa subsequente. A história e a importância do Cantoar como embrião do CPAB são detalhadamente narradas no livro comemorativo _Centro de Pesquisa e Aplicação de Bambu e Fibras Naturais: 10 anos de história_¹⁵.

2.2. CPAB/UnB (2007/2008): A Institucionalização da Pesquisa e Inovação

Se o Cantoar representou a fase de experimentação e engajamento extensionista, o Centro de Pesquisa e Aplicação de Bambu e Fibras Naturais (CPAB), formalmente instituído em 2008² com o Professor Jayme Gonçalves de Almeida como seu diretor a partir de 2007¹, marcou a institucionalização e a maturação dessa linha de pesquisa. O CPAB nasceu com a missão de articular, de forma interdisciplinar, atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico (P&D) e capacitação técnico-científica, envolvendo alunos, pesquisadores e profissionais da sociedade².

Sob a liderança de Gonçalves, o CPAB se tornou um polo de excelência, liderando um grupo de pesquisa interdisciplinar e nacional focado na industrialização do bambu. As atividades do centro são abrangentes e incluem a realização de ensaios físico-mecânicos de materiais, a prototipagem de componentes e produtos, a promoção de cursos e capacitações, e a ampla divulgação do conhecimento gerado². Uma das chaves para o sucesso do CPAB é sua capacidade de articulação com outras instituições estratégicas, como o Laboratório de Produtos Florestais (LPF) do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, uma parceria que permite a realização de ensaios e pesquisas conjuntas de alto nível¹⁵.

A produção do CPAB não se restringe a artigos científicos. O centro também atua na edição de publicações especializadas, como a Revista Bambu, e de livros que documentam não apenas sua produção técnica, mas também sua história e seu acervo de peças, demonstrando um compromisso contínuo com a sistematização, a memória e a disseminação do conhecimento para um público amplo¹⁵.

3. Inovações Tecnológicas e Propriedade Intelectual

A transição do Cantoar para o CPAB também marcou uma evolução na natureza da produção, que passou do experimental para o tecnológico, com foco no desenvolvimento de produtos com potencial de aplicação em larga escala e registro de propriedade intelectual. Longe de ser uma contradição com o espírito de extensão comunitária do professor, a busca por patentes revela-se uma estratégia pragmática e visionária. Em um setor como o da construção civil, muitas vezes avesso a materiais considerados "alternativos" por falta de normas técnicas e padronização, a patente funciona como um selo de credibilidade. Ela legitima o bambu como um material tecnológico, protege a inovação e cria um caminho seguro para a transferência de tecnologia para a indústria. Ao formalizar a inovação, Gonçalves constrói uma ponte para que o bambu saia do nicho artesanal e seja adotado em escala industrial, o que, em última análise, serve ao seu objetivo maior de promover uma arquitetura mais sustentável e acessível. A inovação social, praticada nas comunidades, e a inovação tecnológica, registrada no INPI, são, portanto, duas faces da mesma estratégia de transformação.

3.1. Desenvolvimento de Produtos Inovadores

Entre as principais inovações desenvolvidas sob sua liderança no Cantoar e CPAB, destacam-se:

  • Cruzeta de Bambu: Desenvolvida entre 2004 e 2006, trata-se de um sistema intertravado de peças estruturais, feitas de bambu laminado colado (BLC) ou madeira, projetado para a construção de edificações de pequeno porte. A eficiência do sistema foi demonstrada na aplicação em um projeto de residência compacta de 68m². Este produto foi objeto de um relatório para depósito de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)¹⁹. Dados da Capes confirmam o desenvolvimento do protótipo "CRUZETA DE BAMBU: SISTEMA DE UNIÃO DE BAMBU LAMINADO" em 2004²¹, evidenciando o pioneirismo da pesquisa.
  • Módulo Tetra: Criado em 2005, é um sistema modular composto por peças de bambu roliço ou laminado, que podem ser combinadas com madeira para a montagem de estruturas versáteis como torres e andaimes. Assim como a Cruzeta, o Módulo Tetra também teve um relatório encaminhado ao Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT/UnB) para avaliação de pertinência de pedido de patente¹⁹.
  • Material Compósito "Flex": Uma das mais recentes e promissoras inovações, desenvolvida entre 2016 e 2017. É um composto de lâminas de bambu e madeira colados, que resulta em um material ao mesmo tempo flexível, leve e extremamente resistente. A tecnologia foi aplicada na fabricação de um conjunto de mobiliário escolar (cadeiras, mesas e estantes), demonstrando seu grande potencial para a indústria moveleira e de componentes construtivos².
  • Treliça Icuriã / Banana: Módulo estrutural de treliça de bambu ripado e madeira para coberturas de construções modulares, desenvolvido entre 2004 e 2006²⁰.
  • Painéis de Vedação: Painéis de bambu revestidos com argamassa para habitações econômicas, tema de pesquisa de mestrado³ em 2006.
  • Cobertura Lamelar: Sistema de cobertura com bambu ripado em malha retangular, desenvolvido em 2006²⁰.

A tabela a seguir sistematiza essas e outras inovações, evidenciando a linha do tempo e o contexto de sua criação.

Tabela 1: Inovações Tecnológicas e Produtos Desenvolvidos sob a Liderança do Prof. Jayme Gonçalves de Almeida

Produto/Tecnologia Descrição Ano Contexto/Fonte
Cruzeta de Bambu Sistema intertravado de peças de bambu laminado ou madeira para estruturas de pequeno porte. 2004-2006 Cantoar/INPI¹⁹,²¹
Módulo Tetra Peça e sistema de bambu (roliço/laminado) ou bambu e madeira para montagem de torre ou andaime. 2005 Cantoar/INPI¹⁹
Material Compósito "Flex" Composto de lâminas de bambu e madeira colados, flexível, leve e resistente (aplicado em mobiliário). 2016-2017 CPAB/UnB²
Treliça Icuriã / Banana Módulo estrutural de treliça de bambu ripado e madeira para coberturas de construções modulares. 2004-2006 Cantoar/FAUUnB²⁰
Painéis de Vedação Painéis de bambu revestidos com argamassa para habitações econômicas. 2006 Orientação de Mestrado³
Cobertura Lamelar Sistema de cobertura com bambu ripado em malha retangular. 2006 Cantoar/FAUUnB²⁰
Andaime Tetra de Bambu/Madeira Sistema de andaime modular utilizando peças de bambu e madeira. 2004 Cantoar/FAUUnB¹⁸

Fontes: Variadas, conforme Referências Bibliográficas.

3.2. Pesquisa de Materiais (Bambu Laminado Colado - BLC)

A base para muitas dessas inovações em produtos é a pesquisa contínua sobre as propriedades do Bambu Laminado Colado (BLC). O CPAB, em parceria com o LPF/SFB, realiza sistematicamente ensaios físico-mecânicos para caracterizar o material, avaliar sua resistência, durabilidade e comportamento estrutural, gerando os dados técnicos necessários para garantir seu desempenho e segurança nas mais diversas aplicações¹⁵.

4. Arquitetura Aplicada: Projetos de Impacto Social e Ambiental

A filosofia e a pesquisa tecnológica desenvolvidas pelo Professor Jayme Gonçalves de Almeida e sua equipe não permaneceram confinadas aos laboratórios e salas de aula. Pelo contrário, encontraram sua expressão máxima em projetos aplicados que abordam desafios reais da sociedade brasileira, desde a carência de moradia digna até a necessidade de equipamentos públicos e a valorização de comunidades tradicionais. Esses projetos demonstram que sua arquitetura não se define apenas pelo produto final — a edificação —, mas pelo processo sociotécnico que a gera, envolvendo participação comunitária, transferência de conhecimento e capacitação local. Esta abordagem transforma o ato de construir em um veículo para o empoderamento social.

4.1. Habitação Social e Estruturas Emergenciais

Uma das linhas de força mais consistentes no trabalho de Gonçalves é a busca por soluções para o déficit habitacional. Um marco nesse campo foi a orientação da dissertação de mestrado de Anelizabete Alves Teixeira, intitulada "Painéis de bambu para habitações econômicas: avaliação do desempenho de painéis revestidos com argamassa" (2006)³. A pesquisa não se limitou à teoria; ela propôs, desenvolveu e testou experimentalmente um painel de vedação de bambu com revestimento de argamassa, concluindo que seu desempenho era adequado para o emprego em habitações de baixo custo³. Este trabalho acadêmico forneceu uma base técnica sólida para o uso do bambu como alternativa viável e econômica na construção civil.

Além da habitação permanente, o grupo também se dedicou a soluções para situações de crise. Um dos projetos desenvolvidos no âmbito do Cantoar foi a criação de peças de bambu ripado e madeira para serem usadas em edificações de emergência, como em casos de enchentes ou outras calamidades públicas. A viabilidade da proposta foi testada com a montagem de um protótipo em tamanho real de um pavilhão-abrigo com quase 2 metros de altura, demonstrando a rapidez e a simplicidade da montagem¹.

4.2. Extensão Comunitária e Transferência de Conhecimento

A aplicação da arquitetura como ferramenta de desenvolvimento comunitário é, talvez, a faceta mais impactante de sua obra. Vários projetos exemplificam essa prática:

  • Escola Agro-Ambiental Comunitária Catêxkwyj (1999): Um dos projetos mais emblemáticos, no qual Gonçalves atuou como arquiteto e responsável técnico, foi a construção de uma escola para a etnia Krahô, na Terra Indígena Krahô, no estado do Tocantins¹. Financiado em parte pela FUNAI, o projeto foi um exemplo pioneiro de colaboração intercultural, utilizando o bambu e técnicas construtivas adaptadas à realidade local, em um contexto de valorização da educação e da sustentabilidade ambiental para a comunidade. Imagens da escola estão preservadas nos arquivos do Cantoar e em dissertações acadêmicas, registrando este importante marco¹³.
  • Projeto na Granja do Torto (2006): Em resposta a uma demanda direta da Associação de Moradores da Granja do Torto, em Brasília, a equipe do Cantoar desenvolveu um projeto para a criação de uma cobertura com telhas de bambu para ser instalada em áreas públicas das vilas. A iniciativa, que chegou à fase de maquete, tinha como objetivo criar espaços de lazer sombreados e protegidos da chuva para as crianças da comunidade, ilustrando um modelo de arquitetura participativa e de resposta a necessidades locais¹.
  • Capacitação na Amazônia (2003): Através de um convênio com o Ibama, o Cantoar levou seu conhecimento para a Amazônia. Dez moradores do seringal de Ucuriã, em Assis Brasil (AC), foram treinados para construir com taboca, uma fibra natural de grande resistência abundante na região. O objetivo era diversificar as fontes de renda da comunidade, que poderia usar o material para fabricar móveis e outros artefatos, superando o uso tradicional da taboca apenas como esteio ou cerca. O projeto visava expandir essa capacitação para outras cidades da região, promovendo uma cadeia de valor baseada em um recurso local subutilizado¹.

4.3. Intervenções no Espaço Público e Institucional

O campus da UnB e a cidade de Brasília também serviram como laboratórios para a aplicação e divulgação das tecnologias desenvolvidas, tornando o potencial do bambu visível para um público mais amplo.

  • Parada de Ônibus no Campus da UnB: Em uma colaboração entre o CPAB e o Serviço Florestal Brasileiro, foi desenvolvido e instalado um protótipo de parada de ônibus no campus da UnB²⁴. Construída com o material compósito de bambu e eucalipto, a estrutura serve como um teste em condições reais de uso, para avaliar sua durabilidade e resistência às intempéries. O objetivo final é que o modelo, se aprovado, possa ser replicado em outras áreas do Distrito Federal, oferecendo uma alternativa sustentável para o mobiliário urbano²⁴,²⁵. Imagens do protótipo mostram um design elegante e funcional, que integra o material natural à paisagem do campus.
  • Coreto da Praça da Colina (1999): Outra intervenção marcante no campus da UnB foi o projeto e a construção de um coreto de bambu na Praça da Colina, uma área de convivência central da universidade¹. Realizado ainda nos primeiros anos do Cantoar, o coreto funciona até hoje como uma vitrine permanente e acessível da tecnologia construtiva com bambu, demonstrando sua beleza plástica e viabilidade estrutural em um espaço público de grande circulação¹.

Esses projetos, em seu conjunto, revelam uma metodologia de trabalho consistente. Eles partem de uma necessidade real — seja ela habitacional, educacional ou comunitária —, mobilizam recursos e saberes locais, aplicam e adaptam a tecnologia do bambu, e, crucialmente, envolvem a comunidade no processo, seja através da demanda direta, da capacitação ou da construção participativa. A arquitetura de Jayme Gonçalves de Almeida, portanto, é menos sobre impor uma forma e mais sobre facilitar um processo de transformação social e ambiental.

5. Legado como Educador: Formando Novas Gerações e Redes de Colaboração

O impacto mais profundo e duradouro de um acadêmico muitas vezes não se mede apenas por suas publicações ou pelos edifícios que projeta, mas por sua capacidade de inspirar e formar novas gerações e de construir redes de colaboração que perpetuam e expandem seu trabalho. Sob essa ótica, o legado de Jayme Gonçalves de Almeida é extraordinário. Ele não apenas construiu com bambu; ele construiu as bases humanas, institucionais e políticas para que todo um campo de conhecimento florescesse no Brasil. Ele atuou como um verdadeiro "arquiteto de redes", cujo impacto é sistêmico e multiplicador.

5.1. Formação de Pesquisadores e Líderes

A atuação de Jayme Gonçalves de Almeida como orientador no Programa de Pós-Graduação da FAU/UnB foi fundamental para a formação de uma massa crítica de pesquisadores especializados em arquitetura sustentável e tecnologia do bambu. Suas orientações de mestrado e doutorado demonstram uma preocupação contínua com temas relevantes e de vanguarda, que vão desde a tecnologia de materiais até questões éticas na construção pública e inovações pedagógicas²⁶.

O caso mais emblemático de sua influência como mentor é o da professora e pesquisadora Anelizabete Alves Teixeira. Sua dissertação de mestrado sobre painéis de bambu para habitações econômicas, orientada por Gonçalves em 2006³, tornou-se um trabalho de referência na área, com dezenas de citações acadêmicas (ver Google Scholar Anelizabete Alves Teixeira³⁰). A trajetória de Teixeira após o mestrado ilustra perfeitamente o efeito multiplicador do legado de seu orientador. Hoje, ela é uma das principais líderes do setor no Brasil, atuando como professora na Universidade Estadual de Goiás (UEG)²⁸, presidente da Rede Brasileira do Bambu (RBB)²⁷ e, mais recentemente, nomeada como uma das 53 embaixadoras mundiais da World Bamboo Organization (WBO)²⁹. A ascensão de sua ex-orientanda a posições de liderança nacional e internacional é o testemunho mais eloquente da capacidade de Gonçalves de formar não apenas pesquisadores competentes, mas agentes de transformação.

5.2. Articulação da Rede Brasileira do Bambu (RBB)

A visão de Jayme Gonçalves de Almeida sempre transcendeu os muros da universidade. Ele compreendeu desde cedo que, para o bambu se consolidar como uma alternativa viável, seria necessário criar uma rede que conectasse academia, produtores, indústria, governo e sociedade civil. Sua participação foi, portanto, decisiva na proposição e estruturação da Rede Brasileira do Bambu (RBB). Registros de seminários nacionais mostram sua autoria em propostas para a implantação da rede e sua participação ativa em comitês e conselhos editoriais ligados à RBB¹⁵.

A criação da RBB representou um passo estratégico fundamental. A rede se tornou a principal plataforma para a troca de informações, a articulação de projetos e, crucialmente, para o advocacy político. Foi a mobilização e a pressão exercida pela RBB, com base no conhecimento técnico e científico acumulado por pesquisadores como Gonçalves, que culminaram na sanção da Lei nº 12.484, de 8 de setembro de 2011, que institui a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu³¹.

Essa lei é um marco histórico, pois cria o arcabouço legal e institucional para o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva do bambu no Brasil, desde o plantio e manejo até a pesquisa, a industrialização e a comercialização. Ela representa a materialização, em nível de política pública, de décadas de pesquisa e militância acadêmica. A trajetória que se inicia com os experimentos do Cantoar, se consolida com a pesquisa do CPAB e se expande com a articulação da RBB, atinge seu ápice com a criação de uma política nacional. Este percurso demonstra como a atuação persistente e estratégica de um acadêmico pode gerar transformações estruturais em um país. Ao construir capital humano (seus orientandos) e capital social (a RBB), Jayme Gonçalves de Almeida garantiu que o movimento em prol do bambu ganhasse autonomia, escala e sustentabilidade, assegurando que seu legado continue a crescer e a gerar frutos muito além de sua atuação individual.

6. Conclusão: A Síntese entre Técnica, Humanismo e Sustentabilidade

A análise aprofundada da carreira do Professor Jayme Gonçalves de Almeida revela uma obra de notável coerência e impacto, que o posiciona como uma figura central e paradigmática na arquitetura sustentável brasileira. Sua trajetória demonstra de forma exemplar como a prática arquitetônica pode e deve ser um campo de síntese, onde o rigor técnico, a profundidade do pensamento humanista e um compromisso inabalável com a sustentabilidade social e ambiental se encontram e se potencializam mutuamente.

Recapitulando suas contribuições fundamentais, observa-se uma atuação em três eixos interdependentes:

  • A Contribuição Técnica: Por meio do Cantoar e, posteriormente, do CPAB, Gonçalves impulsionou a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico do bambu, elevando-o da condição de material vernacular a um componente tecnológico viável para a construção civil moderna. A criação de produtos inovadores e patenteáveis, como a "Cruzeta de Bambu", o "Módulo Tetra" e o compósito "Flex", forneceu soluções práticas e conferiu ao bambu a credibilidade técnica necessária para sua aceitação pelo mercado e pela indústria¹⁵.
  • A Fundamentação Humanista: Sua prática nunca foi um fim em si mesma, mas sempre esteve ancorada em uma sólida base filosófica. O conceito de "espaço-uso"⁶ e a pedagogia do "aprender fazendo"¹ são os pilares que orientam seu trabalho, colocando as pessoas, suas experiências e suas comunidades no centro do processo arquitetônico. Seus projetos com a comunidade Krahô, com os seringueiros da Amazônia e com os moradores da Granja do Torto não são apenas exemplos de construção com bambu, mas de construção de cidadania e valorização cultural¹.
  • A Visão Holística da Sustentabilidade: O trabalho de Gonçalves encarna uma visão de sustentabilidade que transcende o clichê "verde". Sua abordagem é intrinsecamente holística, integrando de forma indissociável a dimensão ambiental (uso de recursos renováveis e de baixo impacto), a dimensão social (inclusão, habitação popular, capacitação comunitária) e a dimensão econômica (desenvolvimento de uma cadeia produtiva local e nacional).

Em última análise, o legado de Jayme Gonçalves de Almeida é duradouro e multifacetado. Ele se manifesta nos protótipos e edifícios que construiu, nos artigos e livros que publicou, mas, acima de tudo, na consolidação de um campo de conhecimento e na formação de uma rede vibrante de profissionais, pesquisadores e instituições. Ao funcionar como um "arquiteto de redes", ele plantou sementes que continuam a germinar, garantindo que a "arquitetura do possível" — uma arquitetura técnica, humana e sustentável — não seja apenas uma utopia acadêmica, mas uma realidade em construção no Brasil.

7. Produção Intelectual e Acadêmica (Bibliografia Comentada)

A vasta produção intelectual do Professor Jayme Gonçalves de Almeida reflete sua carreira multifacetada, abrangendo desde livros que sistematizam o conhecimento prático e histórico de seu centro de pesquisa até artigos teóricos que fundamentam sua visão da arquitetura e participações em eventos que disseminam suas inovações. A seguir, uma seleção comentada de seus trabalhos mais relevantes, com links de acesso quando disponíveis.

  • ALMEIDA, Jayme Gonçalves de; VAZ, Dâmares Ferreira (Org.). Centro de Pesquisa e Aplicação de Bambu e Fibras Naturais: 10 Anos de História. Brasília: Vincere, 2018.

  • ALMEIDA, Jayme Gonçalves de. (Fotografias). Acervo do CPAB/UnB: peças selecionadas. Brasília: [s.n.], 2020.

    • Este livro-catálogo demonstra a diversidade de aplicações do bambu e de outras fibras naturais, reunindo obras de arte, maquetes, protótipos e peças de artesanato do acervo do CPAB. Através das imagens, muitas de autoria do próprio professor, a publicação serve como uma ferramenta visual e pedagógica sobre as infinitas possibilidades dos materiais naturais.
    • Disponível em: (Referência no texto original não forneceu um link direto. A informação sobre o livro pode ser verificada no SIGAA do professor ou em catálogos de bibliotecas) ²⁰.
  • ALMEIDA, Jayme Gonçalves de; BONELLI, Rômulo. Caderno de Nós: amarrações em bambu. 2. ed. Brasília, DF, 2009.

    • Um manual prático e didático que resgata e sistematiza o conhecimento sobre as técnicas de amarração em estruturas de bambu. A obra é uma referência para estudantes e construtores, abordando desde as amarrações mais simples até as mais complexas, como a "amarra em T", e discutindo a resistência e a aplicabilidade de cada tipo de nó em diferentes partes de uma edificação.
    • Disponível em: https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/27744/14/eixo-8.pdf (Link para um documento que cita o caderno). Acesso em: 17 jun. 2025³⁵.
  • ALMEIDA, Jayme Gonçalves de. Arquitetura e Espaço-Uso: por uma abordagem descritiva e interpretativa dos espaços abertos. Revista de Estética e Semiótica, Brasília, v. 1, n. 1, p. 21-38, jul./dez. 2011.

    • Este é talvez o artigo teórico mais importante do professor. Nele, ele desenvolve sua crítica à noção abstrata de "espaço" na arquitetura e propõe o conceito de "espaço-uso", fundamentado na fenomenologia e na hermenêutica. É a chave para compreender a base filosófica que sustenta toda a sua prática projetual e pedagógica.
    • Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/esteticaesemiotica/article/download/11816/10376/. Acesso em: 17 jun. 2025⁶.
  • ALMEIDA, Jayme Gonçalves de. Proposta para a Implantação de uma Rede Brasileira do Bambu - REDEBAMBU. In: SEMINÁRIO NACIONAL PARA A ESTRUTURAÇÃO DA REDE DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DO BAMBU, 2007, Brasília. Anais.... Brasília, 2007.

    • Este trabalho, apresentado em um seminário nacional, registra o papel ativo e propositivo do professor na articulação e criação da Rede Brasileira do Bambu. O documento é um marco histórico do esforço de conectar pesquisadores e instituições para fortalecer a cadeia produtiva do bambu no país.
    • Disponível em: https://sigaa.unb.br/sigaa/public/docente/producao.jsf?siape=402626 (Link para a produção do professor no SIGAA da UnB, onde o trabalho pode ser listado). Acesso em: 17 jun. 2025²⁰.
  • MARTINS, Paola Caliari Ferrari; SABOIA, Luciana; ALMEIDA, Jayme Gonçalves de. A megaestrutura na dinâmica de contínuas reconfigurações do espaço. Thesis, v. 1, n. 1, p. 1-19, 2019.

  • ALMEIDA, Jayme Gonçalves de; CARVALHO, Maria Luiza de Ulhôa; BOAVENTURA, Rafael Caetano Cardoso. Evaluation of the possibilities of using laminated and glued bamboo panels (BaLC) for low frequency sound absorption. In: INTERNATIONAL CONGRESS ON ACOUSTICS, 23., 2019, Aachen. Proceedings.... Aachen: DEGA, 2019.

    • Apresentado em um importante congresso internacional, este trabalho explora uma aplicação inovadora do bambu laminado colado (BLC) como material ressonante para absorção sonora de baixas frequências, mostrando a diversidade e o alcance de suas pesquisas tecnológicas.
    • Disponível em: https://pub.dega-akustik.de/ICA2019/data/bydate.html (Link para a página dos Anais do congresso). Acesso em: 17 jun. 2025³⁷.
  • TEIXEIRA, Anelizabete Alves. Painéis de bambu para habitações econômicas: avaliação do desempenho de painéis revestidos com argamassa. 2006. 177 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2006.

    • Uma orientação seminal que resultou em uma pesquisa de grande impacto, validando tecnicamente o uso de painéis de bambu para habitação social e formando uma pesquisadora que se tornaria uma líder no setor.
    • Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/5185. Acesso em: 17 jun. 2025³.
  • ZEFERINO, Luís Fernando. A corrupção na construção de edifícios públicos no Brasil: análise de instrumentos inibidores e facilitadores na etapa de projeto arquitetônico. 2020. 145 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2020.

    • Esta orientação demonstra a amplitude dos interesses do professor, aplicando uma lente crítica e ética sobre os processos da construção civil no Brasil, indo além da tecnologia de materiais.
    • Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/39973. Acesso em: 17 jun. 2025²⁶.
  • SOUSA, Juliana Andrade Borges de. Estratégias educativas para a elaboração de projetos de Arquitetura e Urbanismo a partir das habilidades da autoconsciência: um estudo multimétodo. 2024. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade de Brasília, Brasília, 2024.

    • Uma orientação de doutorado recente que aprofunda a reflexão sobre a pedagogia do projeto em arquitetura, um tema central na carreira de Gonçalves, mostrando a continuidade de sua influência na formação de novos doutores.
    • Disponível em: (Link não fornecido no texto original. A informação sobre a tese pode ser verificada no SIGAA do professor ou no repositório da UnB)²⁷.

8. Referências Bibliográficas

¹ A FORÇA das fibras naturais. UnB Ciência, Brasília, 16 jul. 2008. Humanidades. Disponível em: https://www.unbciencia.unb.br/humanidades/51-arquitetura-e-urbanismo/365-a-forca-das-fibras-naturais. Acesso em: 17 jun. 2025.

² CENTRO DE PESQUISA E APLICAÇÃO DE BAMBU E FIBRAS NATURAIS. Pesquisadores. UnB, [s.d.]. Disponível em: http://cpab.unb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3&Itemid=103&lang=en. Acesso em: 17 jun. 2025.

³ TEIXEIRA, A. A. Painéis de bambu para habitações econômicas: avaliação do desempenho de painéis revestidos com argamassa. 2006. 177 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2006. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/5185. Acesso em: 17 jun. 2025.

⁴ EDITAL de Seleção Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – Universidade de Brasília. DOCOMOMO Brasil, 2018. Disponível em: https://docomomobrasil.com/author/admindocomomo/page/46/. Acesso em: 17 jun. 2025.

⁶ ALMEIDA, J. G. Arquitetura e Espaço-Uso: por uma abordagem descritiva e interpretativa dos espaços abertos. Revista de Estética e Semiótica, Brasília, v. 1, n. 1, p. 21-38, jul./dez. 2011. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/esteticaesemiotica/article/download/11816/10376/. Acesso em: 17 jun. 2025.

¹⁰ UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Relatório para a CAPES. Brasília, 2020. Disponível em: https://www.ppgfau.unb.br/images/RELATORIO_CAPES/Proposta_2020_compressed-001-060.pdf. Acesso em: 17 jun. 2025.

¹³ CUNHA, L. H. Design para a sustentabilidade: modelo de cadeia produtiva do bambu laminado colado (BLC) e seus produtos. 2008. Dissertação (Mestrado em Design e Expressão Gráfica) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. Disponível em: https://giem.ufsc.br/files/2017/02/DESIGN-PARA-A-SUSTENTABILIDADE-MODELO-DE-CADEIA-PRODUTIVA-DO-BAMBU-LAMINADO-COLADO-BLC-E-SEUS-PRODUTOS.pdf. Acesso em: 17 jun. 2025.

¹⁴ UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Doutores. Brasília, 2024. Disponível em: https://ppgfau.unb.br/178-institucional/445-doutores2. Acesso em: 17 jun. 2025.

¹⁵ ALMEIDA, J. G.; VAZ, D. F. (Org.). Centro de Pesquisa e Aplicação de Bambu e Fibras Naturais: 10 Anos de História. Brasília: Vincere, 2018. Disponível em: https://acervo.rotas.ufg.br/espacobambu/acervo-bibliografico/centro-de-pesquisa-e-aplicacao-de-bambu-e-fibras-naturais-10-anos-de-historia/. Acesso em: 17 jun. 2025.

¹⁸ ALMEIDA, J. G. Andaime Tetra de Bambu e Madeira. Brasília, DF: Cantoar/FAUUnB, 2004. Disponível em: https://sigaa.unb.br/sigaa/public/docente/producao.jsf?siape=402626. Acesso em: 17 jun. 2025.

¹⁹ ALMEIDA, J. G. Cruzeta de bambu ou madeira: projeto de um sistema intertravado de peças estruturais de madeira ou bambu laminado para a edificação de pequeno porte. Brasília: Cantoar/FAU UnB, 2006. Disponível em: https://giem.ufsc.br/files/2017/02/DESIGN-PARA-A-SUSTENTABILIDADE-MODELO-DE-CADEIA-PRODUTIVA-DO-BAMBU-LAMINADO-COLADO-BLC-E-SEUS-PRODUTOS.pdf. Acesso em: 17 jun. 2025. (Verificar no link o Módulo Tetra, se disponível)

²⁰ ALMEIDA, J. G. Cobertura Lamelar de Bambu: projeto de sistema de cobertura lamelar de bambu ripado em malha retangular. Brasília: Cantoar/FAUUnB, 2006. Disponível em: https://sigaa.unb.br/sigaa/public/docente/producao.jsf?siape=402626. Acesso em: 17 jun. 2025. (Verificar no link a Treliça Icuriã / Banana, se disponível)

²¹ CENTRO DE PESQUISA E APLICAÇÃO DE BAMBU E FIBRAS NATURAIS. Pesquisas em Andamento. UnB, [s.d.]. Disponível em: http://cpab.unb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=48&Itemid=114&lang=en. Acesso em: 17 jun. 2025.

²⁴ PARADA de ônibus de bambu é desenvolvida na UnB. UnB Ciência, Brasília, 13 jul. 2018. Humanidades. Disponível em: https://unbciencia.unb.br/humanidades/51-arquitetura-e-urbanismo/584-parada-de-onibus-de-bambu-e-desenvolvida-na-unb. Acesso em: 17 jun. 2025.

²⁵ UNB testa parada de ônibus feita de bambu e eucalipto. CicloVivo, 13 jul. 2018. Disponível em: https://ciclovivo.com.br/arq-urb/urbanismo/unb-ponto-onibus-bambu/. Acesso em: 17 jun. 2025.

²⁶ ZEFERINO, L. F. A corrupção na construção de edifícios públicos no Brasil: análise de instrumentos inibidores e facilitadores na etapa de projeto arquitetônico. 2020. 145 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2020. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/39973. Acesso em: 17 jun. 2025.

²⁷ (SOUSA, J. A. B. Estratégias educativas... 2024 - Não há link direto no texto original, a verificar no repositório UnB em data futura)

²⁸ PROFESSORA da UEG participa de Frente Parlamentar do Bambu. Universidade Estadual de Goiás, 30 ago. 2023. Disponível em: https://www.ueg.br/jussara/noticia/62953. Acesso em: 17 jun. 2025.

²⁹ PROFESSORA da UEG recebe convite da World Bamboo Organization. Universidade Estadual de Goiás, 10 abr. 2023. Disponível em: https://www.ueg.br/noticia/62110_professora_da_ueg_recebe_convite_da_world_bamboo_organization. Acesso em: 17 jun. 2025.

³⁰ TEIXEIRA, A. A. Painéis de bambu para habitações econômicas: avaliação do desempenho de painéis revestidos com argamassa. Google Scholar, 2010. Disponível em: https://scholar.google.com/citations?user=kZzz34gAAAAJ&hl=pt-BR. Acesso em: 17 jun. 2025.

³¹ BRASIL. Lei nº 12.484, de 8 de setembro de 2011. Institui a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 set. 2011. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12484.htm. Acesso em: 17 jun. 2025.

³⁴ SINTONIA AMBIENTAL. Casa de taipa resiste a terremotos - 1ª parte. Rádio Senado, 14 out. 2010. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/radio/1/sintonia-ambiental/2010/10/14/casa-de-taipa-resiste-a-terremotos-1a-parte. Acesso em: 17 jun. 2025.

³⁵ ALMEIDA, J. G.; BONELLI, R. Caderno de nós: amarrações em bambu. 2. ed. Brasília, DF, 2009. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/27744/14/eixo-8.pdf. Acesso em: 17 jun. 2025.

³⁶ MARTINS, P. C. F.; SABOIA, L.; ALMEIDA, J. G. A megaestrutura na dinâmica de contínuas reconfigurações do espaço. Thesis, v. 1, n. 1, p. 1-19, 2019. Disponível em: https://thesis.anparq.org.br/revista-thesis/article/download/530/436/1947. Acesso em: 17 jun. 2025.

³⁷ ALMEIDA, J. G.; CARVALHO, M. L. U.; BOAVENTURA, R. C. C. Evaluation of the possibilities of using laminated and glued bamboo panels (BaLC) for low frequency sound absorption. In: INTERNATIONAL CONGRESS ON ACOUSTICS, 23., 2019, Aachen. Proceedings.... Aachen: DEGA, 2019. Disponível em: https://pub.dega-akustik.de/ICA2019/data/bydate.html. Acesso em: 17 jun. 2025.